O Instituto Pasteur, fundação privada sem fins lucrativos dedicada à pesquisa científica, à prevenção e ao tratamento de doenças infecciosas, anunciou no dia 16 desse mês, em carta à imprensa, que decidiu deixar a plataforma X (antigo Twitter) e incentivará seus seguidos a migrar para outras plataformas como o Bluesky. A decisão foi motivada, segundo a carta, por preocupações com as mudanças na rede social, após a aquisição pelo empresário Elon Musk, incluindo a promoção de conteúdos ideológicos e desinformação. Desde que Musk adquiriu a plataforma em uma transação bilionária, o documento diz que mudanças significativas ocorreram, tanto na estrutura da empresa quanto em sua função social. Dono de uma das maiores fortunas no mundo, Musk exerce um papel cada vez mais forte na geopolítica global, estando envolvido em polêmicas em vários países. Agora, no governo dos EUA, assume o comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) do novo presidente republicano Donald Trump, órgão consultivo voltado para cortes de gastos públicos. Seu perfil no Twitter tem mais de 200 milhões de seguidores.
No documento, o Instituto Pasteur deixa claro que se opõe ao projeto político de Musk de enfraquecer e desestabilizar a Europa e que a decisão de sair da plataforma X visa alertar sobre as ameaças à ciência e à liberdade de expressão responsável. “Além do viés óbvio introduzido nesse espaço sob o pretexto de liberdade de expressão, denunciamos as ideias que são assim destacadas com grande uso de desinformação e que nos parecem incompatíveis com os princípios de racionalidade, humanismo e diversidade que defendemos no instituto há muitos anos”.
Fundado no século XIX, pelo químico Louis Pasteur (1822-1895), o Instituto tem uma extensa rede de cooperação científica conhecida como Rede Pasteur, (Pasteur Network), que reúne 33 instituições parceiras em 25 países. No Brasil, a instituição francesa mantém parcerias com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de São Paulo (USP).