Pesquisador do CEE-Fiocruz, Carlos Gadelha defende novo projeto de desenvolvimento nacional no lançamento do Projeto Brasil, do GGN

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Pesquisador do CEE-Fiocruz, Carlos Gadelha defende novo projeto de desenvolvimento nacional no lançamento do Projeto Brasil, do GGN



PUBLICADO setembro 22, 2025
ATUALIZADO 22 setembro 2025

Durante o lançamento do Projeto Brasil, comanda apelo jornalista Luis Nassif e transmitido via YouTube em 9/7/25, o pesquisador Carlos Gadelha, coordenador do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Sustentável, Complexo Econômico Industrial C&T Inovação em Saúde (GIS/ENSP/CEE/Fiocruz), ao lado do economista Luiz Gonzaga Belluzzo defenderam a necessidade de reorganizar as estratégias nacionais, enfrentando os desafios com uma nova perspectiva para o desenvolvimento do país. “Como é que você não articula essas instituições econômicas e sociais, à semelhança [do que é feito na China]? Eu diria que até o Brasil já teve alguns momentos em que fez essa articulação”, afirmou Belluzzo, ao mencionar o papel decisivo de bancos públicos como o BNDES no processo de industrialização, em 1952. Gadelha, por sua vez, destacou a urgência de um novo projeto de país, pautado pela equidade e pela superação das desigualdades históricas. Para ele, é essencial colocar a desigualdade e a justiça social no centro da estratégia de governo, superando a visão de que essas questões são “naturais ou herdadas” e, portanto, algo com que deveríamos “nos conformar”. “É ao contrário, a grande agenda que o Brasil deve ao Brasil, que a classe política, as universidades, o pensamento estratégico devem ao Brasil é uma agenda de desenvolvimento voltada para a superação dos grandes problemas brasileiros”, afirmou. Inspirado no pensamento do economista brasileiro Celso Furtado, Gadelha apontou a necessidade de reconstruir uma estratégia nacional que coloque a justiça social e a sustentabilidade no centro do crescimento econômico. Um dos exemplos trazidos por ele foi o setor da saúde, mesmo com o Sistema Único de Saúde (SUS), apenas cerca de 50% do financiamento da área vem de recursos públicos. Segundo o pesquisador, esse olhar equivocado sobre a saúde como gasto, e não como vetor de geração de emprego e inovação, precisa ser revisto. “Nos Estados Unidos, 10% do emprego hoje gerado está no campo da saúde”, comparou. De acordo com Gadelha, é preciso incluir, ainda, educação e mobilidade urbana no debate. “Se eu somar saúde, educação e mobilidade urbana, como nós estamos conversando aqui, a gente está caminhando de uma visão que foi muito arraigada no campo da saúde para uma visão mais ampla. A chave para o desenvolvimento é superar essa iniquidade terrível que a gente tem no Brasil, e colocar a área social e a área ambiental como os novos grandes vetores de uma estratégia de reindustrialização e de inovação”, destacou. Ainda em sua fala, Gadelha criticou a desproporção entre os gastos sociais e os encargos financeiros do país. “Enquanto saúde, educação e ciência/inovação somaram cerca de R$ 420 bilhões anuais, o pagamento de juros chegou a R$ 946 bilhões no último ano”. Para Gadelha, o Brasil precisa "entregar um país digno da sua própria população", e isso requer um novo pacto nacional de desenvolvimento. A iniciativa, promovida pelo Jornal GGN, busca fomentar discussões de alto nível sobre políticas públicas e divulgação científica. Com informações do site GGN, acesse à íntegra aqui.       

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