Webinário afirma uso da tecnologia em prol do trabalhador e do direito à saúde
PUBLICADO setembro 22, 2025
ATUALIZADO 22 setembro 2025
A tecnologia incorporada ao processo de cuidado e à garantia de apoio ao trabalhador. Esse foi o mote das exposições do webinário Trabalho em transformação: tecnologias digitais e o cotidiano dos profissionais de saúde, o sétimo da série Transformação digital na saúde pública do CEE-Fiocruz, realizado em 11/8/2025.
O evento reuniu o vice-presidente adjunto de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), Marco Nascimento; o secretário de Atenção Especializada à Saúde (Saes/MS), Mozart Júlio Tabosa Sales; o coordenador do Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon/UFMG), Sábado Nicolau Girardi; e o o professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Renato Penha de Oliveira Santos, com mediação da pesquisadora Maria Helena Machado, à frente do projeto de pesquisa Mundo do Trabalho e Saúde, do CEE; e a abertura, do coordenador do Centro, Rômulo Paes e Sousa.
Rômulo destacou a relevância do tema em debate, fazendo uma conexão com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando discutíamos, na época, como seria o SUS, já se compreendia a necessidade de ter recursos humanos qualificados para encarar essa tarefa de construção de um sistema nacional de saúde”, lembrou.
Segundo Paes, o SUS impulsionou a área da saúde, tanto na prestação de serviços, quanto na formação acadêmica. “Houve um crescimento muito grande na graduação e na pós-graduação, sobretudo, a partir dos anos 1990”, observou, destacando, em especial, a expansão na saúde coletiva, que hoje conta com 101 programas de pós-graduação distribuídos por todas as regiões do país.
Esse avanço, pontuou, traz consigo novos desafios. “Temos questões contemporâneas relacionadas à presença e à contratualização dos recursos humanos nos diversos níveis da gestão do SUS (municipal, estadual e nacional). Também enfrentamos os impactos das novas tecnologias sobre o mercado de trabalho e desafios em relação às competências necessárias para atuarmos na saúde pública”, considerou, ainda.
Os desafios da regulação, formação, mercado de trabalho e condições laborais no SUS foram destaques na fala de Maria Helena Machado. Ela enfatizou a centralidade do tema para qualquer sistema de saúde, diante das transformações no mundo do trabalho impulsionadas pelas tecnologias digitais e seus impactos no cotidiano dos profissionais da área. “É um tema estratégico, pois envolve diretamente trabalhadores e trabalhadoras”, considerou.
Segundo Maria Helena, as pesquisas realizadas pela Fiocruz sobre condições de trabalho, saúde do trabalhador e saúde mental, intensificadas durante e após a pandemia, revelam um cenário preocupante, mas também permitiram um retrato mais claro da realidade enfrentada pelas categorias da saúde.
Maria Helena mencionou, ainda, a criação de novas profissões e especialidades decorrente das inovações científicas e tecnológicas. “Temos um volume grande de propostas no Congresso Nacional de criação de novas profissões na área da Saúde. A tecnologia e o avanço da ciência levam inexoravelmente à emergência de novas ocupações e especialidades”, apontou, observando que esse movimento redefine constantemente os processos de trabalho e gera disputas jurisdicionais entre categorias.
“Na Medicina, na Enfermagem, na Farmácia e na Odontologia, temos exames tecnologicamente avançadíssimos. Temos cirurgias com robótica, laparoscopia, uso do laser, principalmente na Oftalmologia, e toda a área de Radiologia”, enumerou. “Vamos ver ainda muitos desafios nesse campo”.
Para Maria Helena, tais transformações reforçam a importância do trabalho em equipe no SUS. “Esses avanços tecnológicos levam a que tenhamos profissões trabalhando juntas em determinados casos e procedimentos. Isso traz benefícios, mas também traz muitos desafios na educação, na formação e na regulação do trabalho em saúde”, completou.
Ampliação do acesso e eficiência sistêmica
O vice-presidente adjunto de produção e inovação de saúde da Fiocruz e pesquisador do projeto de pesquisa Desenvolvimento Sustentável, CT&I e Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GPCEIS), Marco Nascimento, abriu sua fala alertando para o aumento das necessidades de cuidado em nível mundial, devido ao envelhecimento populacional. Como explicou, as estimativas são de, até 2050, dobrar a população de 60 anos, que alcançará 2 bilhões de pessoas, e a de mais de 80, para 426 milhões. Para agravar a situação, “dois terços das pessoas estarão vivendo em países de baixa e média renda”, apontou, chamando atenção para a importância de uma adaptação do cuidado a esse “contexto de menor capacidade de pagamento por tecnologias e aumento de multimorbidades, cuidados crônicos, coordenação e trabalho longitudinal”.
Combinado ao aumento do envelhecimento populacional, lembrou o pesquisador, faltará gente para trabalhar em saúde – “um déficit global de 11 milhões de trabalhadores, de acordo com as projeções”. Além disso, sublinhou, a distribuição dos trabalhadores será desigual, pois “as assimetrias tecnológicas e produtivas se manifestam, também, no mundo do trabalho”.
Um desfecho perigoso para a combinação desses dois fatores, considerou Marco, “é tentar substituir ingenuamente ou de forma precoce e não ponderada essa força de trabalho por tecnologia, sem um debate mais profundo sobre como essa tecnologia pode ajudar a superar o déficit de trabalhadores”.
Em sua avaliação, a tecnologia “deve servir à ampliação do acesso e eficiência sistêmica e não apenas ao aumento de produtividade em um campo específico”. Seu emprego no mundo do trabalho, considera, está de acordo com o projeto de sociedade escolhido.
O pesquisador comparou a situação da saúde no Brasil e nos EUA. No Brasil, onde a saúde é assegurada na Constituição Federal como direito de todos e dever do Estado, mesmo com o “nosso subfinanciamento histórico, conseguimos garantir mais acesso, mais equidade no sistema, do que nos EUA”. No entanto, apesar do desempenho inferior em acesso e equidade dos EUA, ele sublinhou que o campo do cuidado em saúde é o que mais emprega e onde o gasto em saúde é mais elevado no país, atestando com isso “a saúde como uma grande fronteira de acumulação do capital, para onde estão se deslocando os olhares”.
As pesquisas desenvolvidas pelo GPCEIS, coordenado pelo pesquisador Carlos Gadelha, disse Marco, mostram que o trabalho no campo da saúde tem bons indicadores de qualificação e de renda e é resistente à automação. “É mais difícil substituir os trabalhadores. Normalmente, são bons empregos e com uma tendência ao incremento e não à diminuição”.
Diante do atual contexto global de grande aceleração tecnológica, na qual a saúde também está imersa, ele identifica duas tendências. “O primeira é condenarmos tudo como sendo muito perigoso. E no extremo oposto, ficarmos fascinados e seduzidos pela tecnologia”, disse, apontando que o impacto das novas tecnologias vai depender da forma como serão empregadas.
Ao falar dos bons exemplos do uso das tecnologias digitais na saúde, Marco citou o sistema de vigilância inovador AESOP, co-desenvolvido pela Fiocruz Bahia e pela Coppe/UFRJ, que integra múltiplas fontes de dados para possibilitar que autoridades de saúde identifiquem antecipadamente possíveis surtos e implementem ações preventivas.
Em relação aos riscos dessas novas tecnologias, ele trouxe o exemplo do que aconteceu recentemente com o National Health System britânico (NHS): por conta da escassez de recursos humanos para lidar com a grande quantidade de dados gerados pela saúde pública, o sistema de saúde britânico firmou contrato com uma corporação americana do setor de defesa como responsável pelo processamento dos dados dos pacientes. “Uma vez entregues esses dados não há como garantir qual vai ser o cuidado tomado por essa corporação”.
O Sistema Único de Saúde deve a seu ver estar alerta para esse tipo de tensão que percorre o mundo contemporâneo. “O que a gente tem defendido é que a tecnologia seja incorporada ao processo de cuidado de forma a apoiar o trabalhador, potencializando suas habilidades”. Isso a ser ver pode ser feito “por meio de diretrizes e sistemas que exigem boas perguntas e que acabam aumentando o julgamento clínico do ser humano e não da máquina”.
Relações federativas e interoperabilidade
O “xadrez interfederativo brasileiro”, a autonomia de estados, municípios e União, a conexão entre os níveis de atenção à saúde, bem como a interoperabilidade dos diferentes sistemas de informação, em um país com a dimensões do Brasil, pautaram a exposição do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde (Saes/MS), Mozart Sales. “A gente sabe que uma parcela da população vai necessitar de atendimento especializado, e a perspectiva de termos sistemas de informação integrados é fundamental para isso”, observou. “É preciso contar com os instrumentais e as ferramentas de tecnologia digital para fazer com que a interoperabilidade se dê de maneira rápida e ampla”.
Conforme apontou o secretário, o ministério conta com sistemas regulatórios diversos, o e-SUS AB, referente à atenção básica, o e-SUS Regulação e o Sisreg (Sistema de Regulação do SUS), sendo necessário, ao mesmo tempo, ampliar esse atendimento e buscar uma plataforma única do complexo regulatório. Para Mozart essa plataforma deve ser o e-SUS Regulação, que assumiria as funcionalidades do Sisreg, com uma capacidade maior de resposta e de garantia de qualidade. “O Sisreg tem um conjunto de funcionalidades, mas a arquitetura do sistema não permite mais que ele possa avançar. É um sistema sem perspectiva de futuro”, considerou.
Essa nova plataforma, explicou o secretário, funcionaria em articulação com os sistemas próprios de estados e municípios – “a autonomia federativa possibilita que usem sistemas próprios” – para uma gestão compartilhada da fila de atendimento, do tempo de espera e da demanda. “Isso tem a ver com compreensão de necessidades, para cálculos relativos ao mundo do trabalho, e dialoga, no Brasil, com iniquidades históricas, na oferta profissional, nos espaços de formação, de graduação e de pós-graduação, e na oferta de alta complexidade especializada”, destacou, apontando como desafios a demanda maior que a oferta, a distribuição desigual de especialistas e a fragmentação de serviços.
Conforme observou, ainda, Mozart Sales, o Brasil lida com doenças e agravos dos países em desenvolvimento e, mesmo, dos países pobres – como as de transmissão hídrica e vetorial – ao lado também das “derivadas da vida moderna”, como alimentação irregular e fast food, acidentes de trânsito e violência. “Isso gera uma pressão grande sobre o sistema de saúde”, disse, lembrando que a pandemia de Covid-19 aumentou essa pressão por ter represado cirurgias eletivas e outros atendimentos.
Para Mozart Sales, ainda fazemos pouco uso das tecnologias digitais – telessaúde, prontuário eletrônico, interoperabilidade de sistemas, inteligência artificial, ciência de dados –, na perspectiva de uma condição melhor de predição de quadros graves, de definição quanto a como melhor aplicar o princípio da equidade, ou seja, “em quem botar uma lupa, a quem pegar na mão, a quem fazer uma busca ativa”.
Ele lembrou também de aplicativos como whatsapp, no diálogo com a população. “Temos que ter criatividade para desenvolver canais que possam ter menor demanda por pacotes de dados, de modo a serem utilizados pela população brasileira”, defendeu, citando projeto em desenvolvimento no SUS, nesse sentido.
O secretário apresentou também as propostas em desenvolvimento no governo, voltadas à transformação digital, como o Decreto nº 12.560/2025, que estabelece a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) como infraestrutura oficial para a interoperabilidade de dados do SUS e regulamenta as Plataformas SUS Digital, conectando os ministérios da Saúde e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). “Isso dialogando com o programa Agora tem Especialistas, dentro da Política Nacional de Atenção Especializada”, informou. O secretário mencionou, ainda, o projeto da Oferta de Cuidados Integrados (OCI), um “guarda-chuva de procedimentos” (consultas, exames e tratamentos) voltados a resolver um agravo ou um diagnóstico, inseridos em determinada lógica de navegação do paciente, na gestão do cuidado.
“Essa é uma iniciativa em que necessita de tecnologia digital aportada, de sistemas que façam a gestão de cunho administrativo, de cunho de registro e produção, de articulação e de interoperabilidade com o complexo regulatório, que faça a gestão compartilhada do tempo de espera e das filas”, observou. “Todos os componentes do programa Agora tem Especialistas são fundamentalmente dependentes de uma boa conectividade, integração com a estrutura de atendimento na área digital”.
Quanto à formação de especialistas nesse cenário, Mozart Sales destacou a distribuição de mais de 3 mil novas bolsas de residência médica. Ele apontou uma pressão grande pela formação de especialistas desconectada da expansão histórica da graduação em Medicina nos últimos anos – caminhando-se para os 46 mil egressos, com 19 mil vagas do primeiro estágio de residência (R1). “Estamos querendo direcionar esse esforço para algumas áreas críticas, Patologia, Radioterapia e Anestesiologia, entre uma série de outras especialidades com número insuficiente de especialistas”.
Como defende o secretário, o processo de gestão do trabalho e sua articulação com a saúde digital deve ser pensada de modo diferente no Brasil. “Não se pode pensar em uma intervenção única no país; o Brasil tem de ter clusters de observação e intervenção. Temos centros exportadores e centros receptores de profissionais especializados, e esse processo de migração estabelece um fluxo, que tem de ser entendido para aportar maior aparelho formador”.
O modo de produção informatizado e as profissões em Saúde
Sábado Girardi trouxe para o seminário uma reflexão sobre as múltiplas transformações pelas quais o trabalho e as profissões da área da Saúde estão passando, sublinhando que elas alteram os modos de produção já estabelecidos.
O modo de produção informatizado para o qual avançamos, em sua avaliação, “coloca em questão as relações de trabalho e a forma típica do emprego, no sentido de mais precarização e de mais expropriação”. O pesquisador apontou, também, uma intensificação do trabalho, citando autor do livro 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono, Jonathan Crary, ao abordar a lógica do trabalho ininterrupto do capitalismo contemporâneo.
Outro aspecto ressaltado pelo pesquisador, como consequência dos avanços tecnológicos a partir dos anos 1990, é a expansão nos escopos de algumas profissões, rompendo com a ideia dominante no século XX de “propriedade corporativa privada de um campo específico do conhecimento”. Esse processo, aprofundado a partir dos anos 2000, de acordo com Sábado, colocou em jogo o “regime de propriedade privada corporativa das profissões” numa transição para um regime de propriedade compartilhada, levantando questões vinculadas à qualidade e à segurança do cuidado.
Ao falar dos dilemas dessa transição, ele apontou como problema sério “a transferência de uma propriedade privada, corporativa profissional com toda a eticidade que isso carrega, para uma propriedade privada dos fornecedores de tecnologia, de informação e de IA”. Como alternativa, Sábado propõe trabalhar no sentido da “ampliação da propriedade comum, interprofissional ou multiprofissional”.
A atenção primária à saúde em foco
O professor da Uepa Renato Penha Santos, abordou a atenção primária à saúde (APS), tomando casos e dados como pontos de partida e reforçando a importância de não se homogeneizarem análises em um país diverso como o Brasil, em seus 5.570 municípios.
Ele citou pesquisa realizada por uma coalisão de think tanks, que definiu habilidades, competências e atitudes a serem trabalhadas com vistas a um desenvolvimento sustentável e à formação de cidadãos antenados a realidade atual e à transformação do mundo do trabalho. Para isso, foi definido um conjunto de oito áreas – identidade digital, uso digital, segurança digital, proteção digital, inteligência emocional, comunicação digital, literacia digital e direitos digitais – em diálogo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), voltadas a uma sociedade com capacidade de análise crítica, iniciativa, resiliência, adaptação e organização. Foram definidos, ainda, no estudo quatro níveis – conectividade, cidadania, criatividade e competitividade – que se entrecruzam com as áreas e dialogam com as competências.
“Estamos vivendo momento de muitas mudanças e isso impacta a formação de cidadãos”, apontou, destacando a importância de se observar esse movimento no âmbito da atenção primária à saúde em realidades diversas do país. Renato trouxe como exemplo estudo do caso do prontuário eletrônico utilizado no e-SUS APS. “Não é apenas um lugar de registro de atendimento; é preciso situá-lo dentro de um ecossistema informacional, onde há aplicativos que sistematizam e organizam dados, que auxilia no raciocínio clínico, ajuda na gestão da clínica e precisa receber dados de outros sistemas, dialogando, ainda, com a realidade offline. Isso traz uma experiência interessante para perceber a transformação digital no país”, refletiu.
Conforme pontua, a evolução desse ecossistema da atenção primária veio se dando em uma década de “maturidade e evolução das plataformas”. Dados armazenados nas unidades de saúde, nos consultórios de rua, na atenção à saúde indígena integram-se à estratégia e-SUS APS. “Essas informações são registradas, processadas e armazenadas”.
O professor apontou, a partir do estudo, a constatação de níveis desiguais da transformação digital, em especial, na comparação entre os estados das regiões Norte e Nordeste com os do Sul e Sudeste do país. Essa desigualdade, prosseguiu, é observada não só na implantação do prontuário eletrônico, como também no que diz respeito a “elementos mais estruturantes”, como o índice brasileiro de conectividade, a estrutura de hardware e o acesso a banda larga. “Vemos a região Norte e estados do Nordeste com faixas e valores desses índices ainda baixos se comparados com o restante do país. Entre os dez estados com maior índice de conectividade no país, não vamos encontrar estados do Norte, por exemplo”, destacou.
Renato trouxe também o estudo de caso do projeto Belém Digital, de ampliação do acesso à saúde utilizando tecnologias digitais na capital paraense, especialmente na atenção primária. Entre os desafios encontrados, estavam: estrutura de conectividade e informatização; literacia e letramento em saúde digital, dificuldade da população relacionada ao uso das ferramentas; e interoperabilidade, integração entre os diferentes sistemas.
Foram apresentados pelo professor, ainda, dados do Censo das Unidades Básicas de Saúde 2024, com 49.738 estabelecimentos participantes. “Percebemos que há ainda questões relacionadas a computadores nos consultórios; dificuldades de se estar presente no Norte e Nordeste; pouco uso de aplicativos e plataformas para marcação de consultas e para facilitar o acesso”, enumerou.
A partir dos estudos de caso apresentados, defendeu Renato, é preciso incluir a temática da transformação digital na saúde nos currículos e capacitações, com vistas a um olhar crítico do cenário, às inovações digitais, e à compreensão do impacto no mundo do trabalho. Avançar na melhoria da estrutura de informática e conectividade e na interoperabilidade das plataformas e sistemas de informação do ecossistema informacional na APS e no SUS também foram pontos destacados pelo professor.
“Para avançarmos na formação no âmbito da APS, a transformação digital precisa fazer sentido no cotidiano de trabalho dos profissionais, do trabalhador de nível técnico. Se não, não vai surtir as mudanças que queremos como política pública”, ponderou. “Nosso papel é, cada vez mais, fomentar na sociedade o debate sobre saúde digital, na perspectiva pública. Precisamos ter coragem para debater e construir essas perspectivas”.